sábado, 17 de dezembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

2ª EXPO DE ATELIÊ / convite



Nesta exposição de ateliê, abro as portas de meu estúdio para mostrar o trabalho que realizei no último ano, como a série completa de telas e desenhos sobre o tema dos gatos à janela, com flores, painéis de cimento e vidro e especialmente o conjunto de pequenas esculturas monumentais em que trabalho atualmente, em madeira, bambu e papel arroz. Também estarão expostos alguns cadernos de ateliê, com desenhos, recortes, esboços e poemas; além de fotos da série sombras.


Se você é curioso e gosta de arte, venha para a vernissage.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

4 gatos ao sol


Insisto com esses gatos, não sei porque; eles insistem em mim. A janela se reduziu a persianas estilizadas, o verde de tantas janelas antigas, as flores-luminárias, esse ar distendido, alheio ao corre-corre, o silêncio... Sobretudo o silêncio, esse silêncio metafísico que reduz as almas ao seu nó vital, no interior do corpo, no interior das casas, entregues ao doce desamparo do mundo. Silêncio ao rés-do-chão, quente, que distende mais do que constrange. Que não serve para nada, num mundo cada vez mais cheio de ruídos, de funções, de processos, de atividade frenética e insessante. Esses gatos são minha porção animal mandando à merda a civilização em mim, em você também.
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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

gatos e flores na janela



Há pelo menos 3 meses venho trabalhando com esse tema, que nasceu de uma colagem, ao acaso, sem premeditação alguma. E as variações foram se desdobrando, em óleo, carvão, lápis de cor, grafite, pastel... Um amigo fez menção à doçura do tema. Fiquei pensando nisso, em como me deixo levar pelo que faço, e em como sou escolhido pelo tema. Só mais tarde, muitas vezes com a ajuda do olhar de alguém, me dou conta em que terreno ando metido. Doçura, leveza, essas são as matrizes desse conjunto composto prosaicamente por gatos, flores e janela. Gostaria muito de levar esse tema para um painel de cimento e vidro. Quem sabe. E de onde vem esse aconchego íntimo ao sol da tarde, quem sabe? Do tormento que me vai dentro?





terça-feira, 25 de outubro de 2011

Eugenio Montale



Depois de semanas tentando verter para o português um poema de Eugenio Montale, cheguei a esta versão, provisória ainda, mas que dá ideia de um tema que me é muito caro: a rarefação, aquele momento em que os sentidos do mundo são suspensos e quando por isso mesmo somos obrigados a inventar um novo olhar, uma nova compreensão, para não sucumbirmos ao súbito vácuo, que pelo menos como pressentimento poderia nos inviabilizar, reduzindo-nos a nulidades de fracasso. O resultado é que podemos sair mais ricos exatamente daquilo que nos foi tirado.



Tiro em pleno vôo


Perguntas por que navego
na incerteza ao invés de singrar
outros mares? Pergunte
ao passarinho que voa livre
por que o tiro vai longe
e se abre em rosácea a rajada?

Mesmo nós não alados
somos atingidos por rarefações
não com chumbo, mas com atos
não em pleno vôo, mas nos átrios
Se por um átimo o chão nos falta
talvez estejamos salvos.


Il tiro a volo


Mi chiedi perché navigo
nell’insicurezza e non tento
un’altra rotta? Domandalo
all’uccello che vola illeso
perché il tiro era lungo e troppo larga
la rosa della botta.

Anche per noi non alati
esistono rarefazioni
non più di piombo ma di atti,
non più di atmosfera ma di urti.
Se ci salva una perdita di peso
è da vedersi.


Tradução de Carlos Dala Stella

terça-feira, 18 de outubro de 2011

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Óscar Hahn 6

NIETZSCHE NO SANATÓRIO DA BASILEIA



Esta descida dura uma eternidade

Aqui se cozinham vivos os peixes dos sentidos

Chegou o tempo do descanso que não descansa
Quando os cães seguem santas e fantasmas

Então minha mãe e minha irmã resmungaram sem voz
E o que você sabe de tudo isso?

Duas vezes me enterraram nesse outono, mãe

De repente um furacão me afastou as asas com violência
e o caixão se abriu

Que faz minha irmã no bosque?
Seu fantasma nasceu de minhas cinzas

Minha espada quer provar seu sangue
e brilha ardente de desejo

Minha mãe é este vento que seca as árvores frutíferas

E o que você sabe de tudo isso, resmungaram sem voz

As crianças e as papoulas são inocentes
mesmo em sua maldade, recitaram em coro

Ainda ouço o matraquear daqueles rostos
O de minha mãe e o de minha irmã

A terra tem pele e essa pele está coberta de enfermidades
replicaram chorando

Escute filho, você é uma noite de risos macabros
De onde vem esse vomitório?

Vêm do fundo de tuas profundezas, escute
Agora derreto ao sol e os cães me lambem a pele

Você é um banhado de morte no pesadelo
dos condenados ao sonho, gritaram as bruxas

Sou um banhado de sonhos no pesadelo
dos condenados à morte, queridas

Então voltaram a resmungar sem voz
E o que você sabe de tudo isso?

Vão as duas pro inferno, respondi

Esta descida não acaba nunca


Tradução de Carlos Dala Stella

NIETZSCHE EN EL SANATORIO DE BASILEA
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Esta calle que baja dura una eternidad

Aquí se cuecen vivos los grandes pensamientos

Ha llegado la hora del descanso en que no se descansa
Cuando los perros creen en santos y en fantasmas

En este punto mi madre y mi hermana preguntaron sin voz
¿Y qué sabes tú de todo eso?

Me han enterrado dos veces este otoño mamá

De repente el huracán me separó las alas con violencia
y el ataúd se rompió

¿Qué hace mi hermana en el bosque?
Su fantasma salió de mis propias cenizas

Mi espada quiere beber de su sangre
y centellea con ardiente deseo

Mi madre es un viento que seca los árboles frutales

Y qué sabes tú de todo eso preguntaron sin voz

Los niños y las amapolas son inocentes
hasta en su maldad recitaron en coro

Ahora oigo sonar sus viejas caras
Las de mi madre y las de mi hermana

La tierra tiene piel y esa piel padece enfermedades
replicaron llorando

Es cierto hijo que eres una noche de oscuras risas
¿De dónde sacas lo que vomitas?

Sal de tus profundidades oye
Ahora el sol me derrite y los perros me lamen la piel

Eres un charco de muerte en las pesadillas
de los condenados al sueño me gritaron las brujas

Soy un charco de sueño en las pesadillas
de los condenados a muerte queridas

En este punto volvieron a decirme sin voz
¿Y qué sabes tú de todo eso?

Váyanse al mismo diablo les dije

Esta calle que baja no acaba nunca de bajar


Óscar Hahn


Mostro aqui mais uma tradução minha, em alguns momentos relativamente livre, do poeta chileno Óscar Hahn, cuja obra conheci e venho lendo desde o início deste ano. O poema sobre Nietzsche foi publicado no livro Versos Robados (1995), que abre com a sugestiva epígrafe: Todos os meus versos são alheios/Talvez sejam roubados. Em postagens anteriores, publiquei outras traduções desse poeta infelizmente ainda inédito no Brasil, às quais junto mais esta.

as sementes dos olhos/caderno de ateliê 41

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O segredo de cada um

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Em Prisão Perpétua, do argentino Ricardo Piglia, há dois contos dedicados a dois escritores conterrâneos: Roberto Arlt e Macedonio Fernandez. No conto intitulado Notas sobre Macedonio Fernandez, Piglia cita uma série de notas supostamente atribuídas ao autor de Adriana Buenos Aires. Entre elas uma me chamou a atenção:

                   Nada. O artista está só, abandonado ao silêncio e ao
         ridículo. Tem a responsabilidade de si mesmo. Começa suas
         coisas e as leva a termo. Segue uma voz interna que
         ninguém ouve.
        
         Fiquei surpreso, há algum tempo, quando em uma entrevista a José Castello, no Estadão, Lygia Fagundes Telles formulou a mesma idéia, a sua maneira:

Há uma frase de André Malraux da qual eu gosto muito: “A verdade sobre o homem é, antes de tudo, aquilo que ele mantém escondido”, ele diz. Essa verdade que você está buscando em mim agora está escondida. É o meu segredo e na posse desse segredo reside, talvez, a minha força. Mas essa verdade escondida, eu tento passá-la pela escrita. Na hora em que escrevo, eu a revelo.     

Surpreso não por ver que a voz interna que ninguém ouve, do escritor argentino, era o mesmo que o segredo, da escritora brasileira, eco, por sua vez, daquilo que ele (o homem) mantém escondido, do francês Malraux.
Apesar de belas, e sem dúvida sinceras, ambas as afirmações confirmam a imagem romântica do artista: só, abandonado a si mesmo, ignorado e ridicularizado, possuidor de um segredo íntimo - portanto do poder da revelação. Talvez tudo isso seja mesmo verdade, mas é difícil engolir a solenidade que envolve essas palavras. Parece que somos crianças ouvindo uma conversa de adultos, morrendo de medo de opinar, ou fazer uma graça, e levar um cascudo ou um chute na bunda.
Como incluir entre os eleitos minha empregada, o motorista de taxi, o balconista. Sim, porque se só adquirimos uma voz através da escrita, da pintura, da música, etc, então o resto dos mortais, entre os quais modestamente me incluo, estão condenados à mudez ou à voz de falsete. 
Prefiro acreditar que há infinitas formas, sobretudo mais alegres, menos obsessivas, de expor-se o segredo de cada um; que embora sós, já por uma conjuntura física, podemos nos mostrar ao outro, ainda que momentaneamente e sem arte. Este não é um privilégio dos santos, dos artistas e dos loucos.
Mesmo porque, por um paradoxo, essa voz interior que ninguém ouve talvez esteja mais viva ainda, por exemplo, num homem mudo, quieto no seu canto, aparentemente alheio à grande roda do destino.
É exatamente este o caso de Bernardo da Mata, ex-empregado na fazenda do poeta Manoel de Barros, que hoje praticamente não fala, grunhe, embora no passado ficasse horas diante de um rio, conversando com a água corrente e com os ventos. Num número antigo da revista Bravo! ficamos conhecendo um pouco da história desse que se transformou no alter ego do poeta desde 1985, quando foi publicado o Livro de Pré-Coisas.
Cito algumas linhas:

Sobre seu velho amigo, Manoel de Barros costuma dizer que nunca viu pureza igual. É como se ele encarnasse a loucura e a infância que o poeta quer alcançar por meio da linguagem poética.

         Se por um lado o artista é visto como uma anomalia da sociedade, ou pelo menos como um ingênuo inconseqüente, um inútil, que em algumas circunstâncias pode até ser divertido e economicamente viável, por outro quase sempre ele se vê como um eleito, um vocacionado, como as antenas da raça, por isso superior aos outros.
E tudo por causa da escrita, como se a vida morasse nela, inevitavelmente. Como se o não leitor, pobre dele, estivesse condenado ao desabrigo, não eu e você.


Texto originalmente publicado na Gazeta do Povo

sábado, 8 de outubro de 2011

PRAXILA 2


A VIRGINDADE NO ROSTO


Ei você que olha pela janela um belo moço
e exibe a virgindade no rosto:
és já mulher entre as pernas.


E APPARI COME VERGINE NEL VOLTO


O tu che guardi dalle finestre un bel ragazzo
e appari come vergine nel volto:
sei giá donna nel grembo.

Da poetisa grega Praxila, a partir da tradução para o italiano de Salvatore Quasimodo.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PRAXILA

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DEIXO A BELÍSSIMA LUZ DO SOL


Deixo a belíssima luz do sol
e as estrelas brilhantes e o semblante branco da lua,
e as melancias maduras e as maçãs e as peras.



LASCIO LA LUCE BELLISSIMA DEL SOLE


Lascio la luce bellissima del sole
e le stelle splendenti e il sembiante della luna,
e i cocomeri maturi e le mele e le pere.


Tradução a partir de versão italiana de Salvatore Quasimodo.

domingo, 2 de outubro de 2011

PALESTRA 1: POESIA E PINTURA


Apesar de constituírem linguagens distintas, em diversos momentos da história poesia e pintura andaram e andam de mãos dadas, tanto no oriente como no ocidente. Procedimentos como o claro-escuro, a colagem e o grafismo são utilizados frequentemente por poetas e pintores, desde Su Shi (1037 - 1101), o pintor literato, até o poeta desenhista belga Henri Michaux, ou o poeta chileno Óscar Hahn. Comentar a obra de alguns poetas-pintores, ou pintores-poetas, bem como os procedimentos comuns às duas artes, é o tema principal dessa palestra.

DURAÇÃO: 90 minutos, em média.
                   fone 41 33744110

Palestras

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Divulgo aqui três palestras que apresentei antes a um público específico e que agora ofereço ao público de um modo geral.

  1. Poesia e Pintura
  2. Pintura e Violência
  3. A Leitura como constituidora de Identidade

PALESTRA 2: PINTURA E VIOLÊNCIA, uma representação pictórica da violência


Do espanhol Goya ao gaúcho Iberê Camargo, o violência foi recorrentemente representada em quadros e desenhos. Analisar como essa representação se dá, quais os procedimentos técnicos empregados pelos artistas e qual o alcance estético de seu engajamento são os objetivos dessa palestra. Sem deixar de discutir a violência moral que subjaz à obra de alguns artistas brasileiros e estrangeiros.

DURAÇÃO: 90 minutos, em média
                   fone 41 33744110

PALESTRA 3: A LEITURA COMO CONSTITUIDORA DE IDENTIDADE


Ler é uma peça-chave para a constituição da identidade. Ler constitui identidade. Ou seja, é via linguagem que tomamos consciência da identidade em processo que somos. Só essa percepção já bastaria para nos incitar à leitura, mas há ainda um outro atrativo: o prazer com o qual experimentamos essa percepção, um prazer que nos dá liberdade e poder – não o poder decorrente da riqueza, nem a liberdade advinda da fama. Analisar como a leitura de textos literários constitui nossa identidade é o tema principal dessa palestra.

DURAÇÃO: 90 minutos, em média.
                   fone 41 33744110

domingo, 18 de setembro de 2011

Tipos & Tipas de Juliana Bolini

Terça-feira, dia 27, acontece no ateliê dala stella mais uma terça lúdica, promovida por Adriana Klisys, agora com a escultura sampa-argentina Juliana Bollini, criadora de bonecos encantados. Os adultos interessados em brincar estão mais do que convidados.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

caligrafia noturna

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Desenhos feitos com uma câmera digital, usando a lua cheia e a luz de um poste como mina, no começo da noite desta seguna-feira, na varandinha do ateliê. Ao invés do lápis a câmera, no lugar da mina de grafite a luz da lua e a de um poste. As digitais permitem essas garatujas, como se estivéssemos começando aprender a escrever.
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Caderno 41 / Gatos no ateliê



Intuição

O mundo está cada vez mais cheio de arquivistas, para quem a intuição não passa do reflexo do reflexo de um sonho nunca sonhado, no espelho de uma ilusão.


Viver desarticula

Precisamos urgentemente desarmar esse desejo de arquivar, catalogar, orgazinar bancos de dados, centrais, portais; viver é mais simples, viver desarticula, viver é o suficiente, e quando não - estamos ainda mais vivos, no olho caótico do furacão, vivendo em elevada potência. Precisamos urgentemente tirar os sentidos do mundo, vivemos tempos de saturação, de excesso de lugar-comum.

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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

sobre os desenhos do livro QUER JOGAR?








































UM

QUER JOGAR? é o segundo conjunto de variações que publico. O primeiro foi BICICLETAS DE MONTREAL. O conjunto temático agora é mais aberto, brinquedos e jogos. Na superfície, é isso, a ilustração de brincadeiras, de crianças brincando, mas nunca o desenho se restringe à narração de uma cena. O que me interessa, depois de satisfazer essa necessidade de compor com o texto uma unidade, é a linha, a vivacidade da linha. E da cor. Linha e cor têm que ser capazes de reinventar o mundo, mas o mais abstratamente possível. O que me interessa é a alegria de desenhar, a alegria que quando desenho é maior que tudo, que todas as demandas.

DOIS

É sempre assim, primeiro satisfaço a demanda, mas no caminho o desenho abre perspectivas e eu me solto nelas. Experimento. Brinco. Desenhar QUER JOGAR? foi uma descoberta, a de que o arco temático pode ser muito aberto, o que costura um a um os desenhos é a personalidade da linha, resultado de um conjunto de procedimentos particulares.

TRÊS

Várias vezes me antecipei, desenhando o que ainda não tinha sido escrito. Isso me permitiu incluir temas particulares, como o desenho da raia bidê. Lembro das painas, do papel de seda, da cola de farinha, mas principalmente da tensão do fio na mão, ao empiná-la no céu azul.

QUATRO

Esse é um livro em contraponto. Há nele duas linhas melódicas que não param de se entrelaçar, o texto e os desenhos. Ora o texto se sobrepõe aos desenhos, ora os desenhos se sobrepõem ao texto, mas sempre atentos um ao movimento do outro. O livro é o resultado dessa dança entre texto e imagem, das sutilizes dessa dança, da desenvoltura com que ela se dá. Várias vezes texto e imagem brincam entre si. O livro está cheio desses pequenos segredos.

CINCO

Os desenhos guardam pequenos segredos, como as referências a desenhistas que admiro. Estão lá os grafismos inspirados em Paul Klee, a linha remendada de George Grosz, o mar desenhado a la Hokusai, o barco imaginário emprestando a linha incisiva de Poty, a desenvoltura limpa do traço de Matisse...

SEIS

Muitos desses desenhos foram feitos em camadas, como acontece frequentemente na pintura. Fui somando materiais, acrílica, lápis de cor, carvão, grafite, colagem, canetas de tinta refletiva, corretivo. O resultado muitas vezes mal podia ser entrevisto no início. Me entreguei ao fluxo, movido pelo prazer de fazer pequenas descobertas, até a descoberta final. Porque um bom desenho é sempre uma descoberta, ou não é um bom desenho.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

lançamento/Curitiba QUER JOGAR?


RELEASE – QUER JOGAR? Livro de arte e jogo dedicado a todos aqueles que optam por não esquecer as origens, a substância lúdica presente em nossas vidas. 
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Título: Quer jogar?
Autora do texto: Adriana Klisys
Autor dos desenhos: Carlos Dala Stella
Número de páginas: 190
Formato:  28,5 x 29 cm
Preço: R$ 99,00
ISBN: 978-85-98112-98-5


Quer jogar?, lançamento das Edições SESC SP, é um livro de jogos e brincadeiras. Nele Adriana Klisys apresenta curiosidades sobre jogos tão diversos no tempo e no espaço como o Jogo da Onça e o Mancala, tão inusitados como o Fan-Tan e o Chung Toi, tão vivazes como jogar Pião e tão sutis como soprar Bolhas de Sabão. A autora discute desde jogos consagrados, chegando em alguns casos a seu desdobramento contemporâneo, até os mais recentes, tudo permeado ora pela reflexão mais aguda, ora por um tom francamente poético, inspirado nas lembranças da infância.
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Quer jogar? é um livro para o deleite de todos, ele expressa as percepções mais íntimas da autora sobre a relação entre brincadeira e arte, principalmente seu interesse pelos meandros do lúdico. O livro apresenta e discute dezenas de jogos do mundo todo, mas também aqueles que se armam improvisadamente no dia-a-dia, na rua, em casa ou na escola – e que vão constituindo delicadamente o subsolo da sensibilidade estética. 

Mas Quer jogar? é também um livro de arte, graças à parceria com o poeta-pintor Carlos Dala Stella, que realizou 96 desenhos, colagens e recortes inspirados pelo mesmo desejo de apreender o lúdico, seja representando jogos ou brincadeiras, sempre preocupado com a vivacidade da linha. Quanto às técnicas, essas imagens-convite exploram um arco ainda mais diversificado do que o de Bicicletas de Montreal, um de seus livros, indo do figurativo mais poético à abstração mais lúdica.

 A relação dos desenhos com a prosa vai muito além da mera ilustração. Tanto texto como imagem guardam a autonomia que caracteriza cada uma dessas linguagens. Exatamente por isso ambos constroem juntos um diálogo em uníssono, antecipando-se ora um ora outro no desdobramento daquilo que corresponde à substância lúdica na vida adulta.

O resultado é um livro híbrido, tanto de estudo como de deleite, de evocação e reflexão, belo e instigante. É essa ambivalência que faz de Quer jogar? um livro cuja complexidade está ao alcance da sensibilidade de todas as idades.
Sobre a autora dos  textos: Adriana Klisys é formada em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, diretora da Caleidoscópio Brincadeira e Arte, consultora em educação e cultura lúdica, é idealizadora das Terças Lúdicas, vivências criativas e estéticas para adultos . É autora de jogos e livros, entre eles Ciência, Arte e Jogo, pela Peirópolis. http://www.caleido.com.br/

Sobre o autor dos desenhos – Carlos Dala Stella é pintor e poeta. Formado em Letras pela Universidade Federal do Paraná. Trabalha com diversas técncias, como pintura e desenho, jato de areia sobre vidro e painéis de cimento. O diálogo entre artes plásticas e escrita é uma das principais características de seu trabalho. É autor de alguns livros, entre eles Bicicletas de Montreal e O Gato sem Nome.
http://www.dalastella.blogspot.com/